Tenho a honra de receber aqui no site o Italiano radicado no Brasil, artista transpop e professor universitário.

Usar a música como forma de questionar padrões sexuais, amorosos, políticos e religiosos faz parte do discurso forte na arte de Rohmanelli. Fazendo um “transpop” – como chama sua interpretação extrema que aproxima o pop do punk -, o artista se reinventa com o lançamento do single e clipe “Macho Discreto”.

Aliás, reinvenção é marca na vida e obra de Rohmanelli. O cantor começou sua carreira na música em 2014, com a banda Vita Balera. O projeto explorava o rock alternativo com letras em italiano e chegou a lançar um EP homônimo. Antes disso, ele estudou música erudita e canto lírico.

Confira agora mesmo o bate papo insano que tive com músico. Vem comigo!

Foto por: Coletivo Medusa

Rohmanelli é uma honra ter você aqui no site. Conta para nossos leitores o que a música representa na sua vida?

Obrigado, prazer meu poder contar um pouco sobre meu Transpop. Música para mim é tudo desde sempre. Desde criança, a música me salvou de muitas coisas, aprendi muito com a música e me libertei também de muitas amarras graças a ela. Hoje tento fazer o mesmo compondo e cantando a minha, esperando que possa ter o mesmo efeito que a dos meus ídolos teve sobre mim.

Fiquei sabendo que você passou por alguns lugares como Itália, viveu na Bélgica, em Salvador e em São Paulo, antes de criar raízes em Florianópolis. Acredito que todos esse lugares trouxeram para você uma vivência musical certo? Musicalmente falando o que esses lugares acrescentaram no seu trabalho como músico?

Sim, é verdade, sou nômade por natureza. Nasci na Itália e cresci em lugares diferentes dela, sempre viajei muito pela Europa sozinho desde adolescente, a curiosidade pelas línguas e culturas alheias sempre foi meu norte. Por isso numa dessa viagens, atrás de meus tios que moram na Bahia, vim parar neste país maravilhoso que amo, o Brasil. Já morei em Salvador, São Paulo e agora em Florianópolis. Nesse meio tempo, passei um ano em Bruxelas por causa de meu pós-doutorado… em todos esses lugares fiz conexões importantíssimas para minha vida pessoal, acadêmica e também artística. Conheci e fui muito influenciado pela música baiana, as percussões incríveis do Olodum, o Bahia Bass do Telefunksoul, com quem colaborei na música Mantramovimento e no clipe que gravamos na Bahia. Na Bélgica, conheci o produtor e musico van der Goes e compusemos e gravamos três musicas juntos do meu segundo álbum, todo em italiano, “Fanatismi”… da Itália absorvi a melodia, a tradição do canto lírico (que estudei) e da ópera, da dramaticidade da interpretação não somente vocal, mas corporal também que no meu trabalho é muito importante. Em toda cidade que chego, até para poucos dias, tento entrar em contato com os artistas locais que me interessam e estabelecer alguma ponte, acho isso fundamental para meu crescimento artístico.

Sabemos que em breve você vai lançar um disco e o primeiro single divulgado foi “Macho Discreto”. Por que escolheu essa musica como single, dê um  gostinho do restante do álbum?

Sim, estou finalizando a produção e gravação do meu novo álbum todo em português desta vez. Estou trabalhando nele há dois anos com meu produtor Been-Yo, que mora atualmente em Detroit, nos Estados Unidos. “Macho Discreto” foi o primeiro single e o escolhi pois representa muito bem meu novo som, um pop ácido com pegada punk e com muito peso. O tema também me parecia muito pertinente, o machismo ainda é um problema seríssimo na nossa sociedade. O álbum se chama [Brazilejru], assim mesmo como se pronuncia e se transcreve fonologicamente entre colchetes.

Falando sobre o disco. Como você descreve ele?

É um álbum com muitas participações de artistas brasileiros incríveis que admiro muito, um álbum coletivo sobre a minha felicidade e dor, ao mesmo tempo, em ser também muito brasileiro, mas não totalmente brasileiro e ver este país e este povo desrespeitados todo dia por seus governantes e por uma parte dos brasileiros que de fato não gostam deste país, mas só querem explorar ele. São 13-14 músicas realmente fortes, lindas e muito contemporâneas na forma e conteúdo, mas com um olho na tradição musical brasileira. Vai ser surpreendente, vão ter que esperar até janeiro de 2020, mas antes vamos lançar mais algum single. Nele há uma mistura de influências musicais: rap, hip hop, funk, rock, punk, dance e sertanejo, tudo filtrado pela minha estética sonora e pelo meu conceito artístico. É um concept album que tem uma narrativa e um tema único, que é o Brasil.

No processo de gravação e até mesmo de composição teve algo que te inspirou muito nesse momento criativo? O que? 

O que me inspirou foi a situação atual do Brasil e do mundo, esse retrocesso cultural, social e o descuido total com o meio-ambiente e com a vida alheia. Tudo isso me afeta muito como pessoa e como artista e me inspirou na composição das letras e das músicas e também na escolha dos artistas, compositores e produtores que colaboram neste disco e são muitoooosss… musicalmente fiquei inspirado pela música que escuto, muito rap nacional e internacional, hip hop, R&B urbano, pop-rock eletrônico: Gorillaz, Janelle Monae, Brooke Candy, Grimes, Emicida, Trap Funk e Alivio, ATTOXXA, 21 Pilots e muitos outros.

Queremos saber também o que atualmente você tem escutando  na sua playlist? 

Como falei, muito rap, hip hop, muitos artistas LGBT brasileiros e da cena indie: Letrux, Rico Dalasam, Baleia, Warlock. O novíssimo Edgar, Baiana System … e os sempre inalcançáveis Ney Matogrosso e Elza Soares (estes nunca faltam na minha playlist da VIDA).

Entrevista chegando ao fim. E a pergunta que não quer calar, além do disco teremos turnê para curtir as musicas ao vivo?

Sim claroooo… a turnê já começou, estou com banda nova, os Anomalous, quatro músicos incríveis que vão me acompanhar no Brasil inteiro e no exterior em festivais e em todo lugar onde haja gente interessada na minha arte. O ao vivo no palco é o momento que mais curto, mais que tudo amo estar num palco no meio do público.

Qual mensagem você deixa para galera que te acompanha e os leitores que estão te conhecendo agora?

Espero que fiquem curiosos e se aproximem de minha música e de minha arte sem preconceitos e se deixem levar pelas músicas, pelas letras, pelas imagens… Esperandoque  possa ajudar de alguma forma em algo da vida deles, assim como tantos artistas incríveis salvaram a minha e continuam melhorado ela. Sem arte não vejo muita cosa pela qual valha a pena viver, vamos defender ela muito apoiando sobretudo os artistas independentes do Brasil e do mundo, livres de censura de todo tipo. GRAZIE!

VAMOS PARAR COM ESSE BLÁ, BLÁ, BLÁ E APERTE O PLAY AGORA MESMO!

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