Matéria: Giovani Faccioli.

“- Gostosa, gostosa, gostosa!
– E a música tá boa?!”
Assim Pitty responde seu público ensandecido na
noite que marcou a primeira apresentação de sua nova turnê “SETEVIDAS” em São
Paulo, mostrando que está de volta e lembrando a todos para o que veio. Também
não seria por menos, após um hiato de quatro anos sem material de estúdio
inédito, o homônimo álbum veio num rompante e supera expectativas.
Fotografia: Diego Barezi | Edição: Camila Barezi

Na fila que ocupava quadras da Audio Club, na zona
oeste da cidade, o clima entre os fãs era de saudosismo e nostalgia. Como era
de se notar, ingressos esgotados. Estavam todos ali, fãs se reencontravam,
agora mais velhos. 
A casa abriu pontualmente às 22h, recebendo cerca
de duas mil pessoas. Lá pela uma da manhã, a banda sobe ao palco e o telão
mostra um holograma da Pitty discursando um monólogo sobre o número sete,
presente em todo o trabalho. Este certamente é seu número de sorte – desde o
início da divulgação do disco, o novo material pós-pausa na banda foi muito bem
recebido pela crítica e público em geral. 

                                                                      Fotografia: Diego Barezi | Edição: Camila Barezi

Em seguida, os acordes da música “Sete Vidas”
ganham força e começam a agitar o público. Aos 37 anos, Pitty aparece cheia de
energia e voz bem preparada. Ao seu lado, permanecem Martin, na guitarra, Duda,
na bateria, Bruno, no teclado e percussão, e Guilherme, novo baixista – no
período anterior a este trabalho, a cantora passou por problemas de saúde,
perdeu seu ex-guitarrista Peu Sousa, sua gata de estimação (que figura na capa
do disco) e Joe, antigo baixista que saiu da banda após mover um processo judicial
contra Pitty.
Pois bem, ela volta muito mais forte, e seu som
muito mais denso. Logo depois ela manda “Admirável Chip Novo” e “Anacrônico”,
das antigas, porém perfeitamente encaixadas na linha rock’n’roll do set. A
sequência das três músicas já garantem insanidade total do público, que ensaiam
rodas de bate-cabeça, pontes e pirâmides humanas durante todo o show.

                                                            Fotografia: Diego Barezi | Edição: Camila Barezi

A banda apresenta quase todas as faixas do novo
álbum, deixando de fora apenas “Lado De Lá”. No set, hits como “Teto De Vidro”,
“Memórias” e “Máscara”, dos dois primeiros álbuns, casam com o clima de
“retorno” e a pegada hard rock das novas músicas. Entende-se assim a falta do
álbum “Chiaroscuro”, o mais divergente dentre os outros três. A única incluída
é “Me Adora”, escolha que talvez fosse mais harmônica se “8 ou 80” tivesse entrado em seu
lugar.
Destaque para as projeções do telão, que vão muito
além de meras imagens desconexas que parecem ter saído da biblioteca do Media
Player do seu computador, como muito se vê por aí. As imagens conversam todo o
tempo com as músicas, e de fato chamam a atenção. Somam à apresentação sem
roubar a cena.
Pitty busca as baladas românticas em “Equalize” e
“Na Sua Estante”, ambas intensas. Momento na plateia em que casais se abraçam,
e casais se formam. Intensidade, profundidade e amadurecimento são as melhores
palavras para definir sua nova fase. Encontramos a mesma Pitty: ainda as
críticas sociais inteligentes, ainda as ironias, ainda poética, sombria, só que
em dobro, mais elaborada e compenetrada em seu eu. Os temas estão mais próximos
de experiências pessoais, girando em torno de reflexões das diversas facetas de
amor e ódio, vida e morte. As novas músicas são ainda mais pesadas e rebuscadas
ao vivo, dotadas de arranjos com doses de psicodelia, o que imerge banda e
público neste universo de “SETEVIDAS”.

                                                                         Fotografia: Diego Barezi | Edição: Camila Barezi

Em estúdio e no palco, Pitty se reexperimenta.
Dança, brinca, se diverte com o momento, curte a si mesma. Rola até cover de
“Xote Das Meninas”, de Luiz Gonzaga, enquanto aguarda resolverem um problema
técnico em seu microfone.
Após 18 músicas, a cantora pede para que todos
cantem com ela a última música. Um mantra. “Serpente” – também última faixa do
álbum, mais lenta e a única de batidas suaves – é cantada por todos em alto e
bom som. Seus fãs devotos fazem coro quase que ensaiado com “ooh, oooh” e batem
palmas rítmicas. Definitivamente, com “SETEVIDAS” Pitty mostra porque é uma das
maiores representações do rock nacional. 

                                                                            Fotografia: Diego Barezi | Edição: Camila Barezi

Com a produção de Rafael Ramos e mixagem de Tim
Palmer, fez um belo trabalho, repleto de elementos próprios. Ao final da noite,
o comentário entre fãs era de este tenha sido uma de suas melhores
apresentações. E talvez ela concorde: Pitty sai do palco aparentemente secando lágrimas.


Gostaram? Qual música vocês curtem da cantora? Deixem seus comentários!

Dá o play!

Então é isso por hoje, mas amanhã tem mais música aqui no Maah Music. Não percam!
Beijo,
@maahmusic

5 Comments

  1. Eu adoro as músicas da Pitty, ela é linda e talentosa… impossível acreditar que ela tem 37 aninhos, né?
    Prefiro mil vezes as músicas antigas dela escuto muito ''Setevidas'' e ''Admirável chip novo'' 🙂
    Beijos,
    Brilho na Make

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