É, amigos. Com toda humildade, não ando muito feliz com o cenário do rock atual. Sim, você vai dizer que existem muitas bandas boas, e eu concordo… Mas tudo isso em meio a muita música e muitas bandas fazendo isso por dinheiro, e não por amor ou diversão. Vamos falar sobre isso um pouco, ok?

   Todo esse pensamento começou quando acompanhei o festival “João Rock” mês passado, em Ribeirão Preto-SP. O que percebemos? Que as bandas de respeito continuam as mesmas! (Não que isso seja ruim). Passaram por lá Zeca Baleiro, Charlie Brown Jr, Jota Quest, CPM22, O Rappa, e algumas novidades no cenário como Criolo, Agridoce, e Monobloco. Sendo assim, me questionei porque as bandas novas ainda não estão presentes nos festivais nacionais. E isso tem uma resposta negativa, infelizmente.
   Isso é alarmante, daqui uns 10 ou 15 anos, os vocalistas destas bandas terão quase ou mais que 50 anos, ou até mesmo 60. Sabia disso? Por exemplo, Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, tem 48 de idade, agora eu pergunto: Daqui uma década o Capital Inicial poderá fazer os shows emocionantes que estamos acostumados a ver hoje? A resposta pode muito bem ser “sim”, mas, quais serão as bandas que estarão na idade de arrebentar nos palcos como esses caras citados acima fizeram?
 
   Antigamente…
   Eu não sou um cara muito velho, mas vi o Charlie Brown se tornar a banda dominante dos sucessos da praia e das pistas de skate com letras muito atiradas falando sobre drogas, cotidiano, mulheres, amor, esporte, etc… Vi o Skank lançar vários discos irreverentes com músicas sobre diversão, festa, mas também críticas a política e incentivo ao esporte (Oh, bola na trave não altera o placar!). Vi o surgimento de uma baiana roqueira com letras pesadas chamada Pitty, vi a banda que mais levava públicos aos seus shows perder seu principal elemento, o Raimundos. Vi o Cpm22 ganhar prêmios de melhor disco, melhor música, e muito mais. Vi o Los Hermanos lançarem o maior sucesso dos anos 90, vi o Jota Quest lançar músicas criticando a política (Quem diria, não?), vi o surgimento da maior banda de Hardcore do Brasil, o Dead Fish, vi o Cachorro Grande se tornar uma das maiores bandas do Brasil em relação a Rock n´ Roll Original, vi Tico Sta. Cruz e Tchello formarem os Detonautas através de um chat de internet, também vi os mesmos superarem a morte trágica de Rodrigo Netto. Vi o melhor disco Acústico da MTV ser lançado pelos Engenheiros do Hawaii, além de estar vivo quando os gigantes do rock morreram como Renato Russo, Cazuza, Mamonas Assassinas, ouvi o disco mais punk de todos: Cabeça Dinossauro, dos Titãs. Além de MUITAS outras bandas que deixam suas mensagens inteligentes até hoje na estrada, como Pato Fú, Planta e Raíz, Tihuana e etc! Aviso: Eu sei que deixei de falar de algumas outras bandas…
   Hoje em dia…
   Parece que as bandas andam muito iguais, raramente alguma compõe certa letra polêmica, arrebatadora, ou até mesmo impecável. A criatividade nos shows, nos videoclipes, e até mesmo nos nomes das bandas estão execrados no passado, mas por que? Conversei há algum tempo atrás sobre isso com Marcos Menna, do Ls Jack, quando vieram fazer um show na minha cidade, e o mesmo disse que isso se dá as brechas das rádios, revistas, internet e mídias em geral em exibir ‘qualquer coisa’. “Antigamente não era assim…”  – Disse para mim. Pra minha, pra sua, e PARA NOSSA ALEGRIA… Para nossa sorte, existem algumas exceções… O Forfun com letras de pura calma e instrumentalidade me surpreende muito, assim também faz o Scracho. De pesado mesmo, o Brasil tem uma pérola chamada Gloria, e pra representar o punk-rock alá Blink182, existe o Strike, além de bandas com letras criativas e prêmios na bagagem, como O Teatro Mágico, Vivendo do Ócio, Moveis Coloniais de Acajú, NxZero, a mais ouvida das rádios Fresno, e outras que contém algo de diferente, seja na postura de shows, nos videoclipes ou nas mensagens, como o Rancore, ConeCrew Diretoria, Dance of Days, E OUTRAS. Sei que há muitas outras bandas que poderia citar.
 
   Mas, isso tudo que temos de novo, ou “meio-novo”, vamos admitir, não substitui o que já temos guardado na memória e na vida, que são as bandas que marcaram época na década passada ou até antes. Acho que as bandas mais novas tem que pegar mais pesado nos shows, nas composições, na criatividade, isso só faz bem ao público e pra toda e consagrada história do Rock. Valeu?
Abraço, Vinícius Franco
Twitter: @ConceitoRock

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