Eu sou perdidamente apaixonada pelas composições do cantor e compositor Bryan Behr, escuto e leio suas músicas como se fosse poesia – e viajo em um universo só meu -.

Acho que todo artista tem sua particularidade, a grande maioria pode falar sobre AMOR, mas sempre é de forma única e diferente, é assim que eu  vejo as canções que recebo diariamente  na caixa de e-mail ou indicações pelo instagram.

Bryan tem sua forma única de expor sentimentos em suas canções, tive a honra de conversar com ele sobre seu novo EP “Capítulo 1”. Antes de mostrar a entrevista quero dizer que estou feliz da vida, foi um choque bom ouvir o “Capítulo 1”.

Acho que esse trabalho vai mexer além do seu coração, mas com sua alma. Então, prepare – se para entrevista e no final aumente o volume e fecha os olhos e ouça Bryan Behr.

foto: por Allyne Caminoto

MAAH MUSIC: Bom, eu gostaria de agradecer pela honra de receber você novamente no Maah Music e queria entender como você está passando com essa pandemia mundial e se afetou alguma coisa em relação a composição, a criatividade. Como você tem lidado com tudo isso? 

BRYAN BEHR: Eu que agradeço pelo espaço para falar sobre o meu trabalho, sobre as coisas que a gente tem passado. Cara, sobre a pandemia afeta, afeta muito. Eu estava falando anteriormente com o Felipe e comentei que eu acho que o artista é artista em vários momentos. E artista escrevendo, compondo, cantando. Mas eu acho que ele é verdadeiramente artista, eu falo por mim, quando ele está em cima do palco, trocando aquela energia com as pessoas. Isso é o que eu mais sinto falta.

Tem dias que bate aquela tristeza profunda da falta de contato com outras pessoas. A gente supre isso fazendo outras atividades, principalmente artísticas, mas a falta do palco foi o que mais me afetou. Eu estava em estúdio gravando o disco “A vida é boa” o disco…A gente lançou um disco de janeiro para fevereiro e o disco não teve praticamente nenhum show, na verdade, não teve nenhum show.

Agora vem o Capítulo 1 com a gente torcendo para que as coisas se resolvam rápido para  a gente poder colocar os shows na estrada e ver as pessoas cantando as músicas, que é o que eu não tive, praticamente, oportunidade ainda.

Mas obviamente isso também afeta na composição. A gente escreve sobre as coisas que a gente vive, sobre as coisas que a gente vê. Quando a gente está de quarentena, vivendo bomba atrás de bomba de notícia é complicado escrever sobre coisas boas, acho que é até um exercício positivo, pra mim como artista, escrever sobre as coisas boas que a gente observa no meio desse caos, desse período caótico que a gente vem passando.

M: Perfeito. E falando sobre o seu novo trabalho, o EP Capítulo 1, eu queria entender, na verdade, como foi o processo pra você compor este trabalho e quais foram os sentimentos mais latentes compondo este trabalho?

BB: Algumas músicas do Capítulo 1…Ele tem 4 faixas autorais e 1 releitura, né?Então, são 5 obras dentro do Capítulo 1, duas delas já foram lançadas. “De todos amores”, que é a música que eu vou lançar agora, depois vem “Devagar”, “Eu sou sentimental” e “Eu sei”, uma releitura da banda Papas na língua. E cada faixa é uma história diferente.

A coisa que mais bateu forte para mim foi compor sem sentir o palco. Foi compor “Eu sou sentimental”, que foi a primeira vez que eu cantei muito mais para mim, sobre a minha pessoa, olhando para dentro. Realmente transmitindo meu eu sentimental, meu eu sensível, meu eu caótico, meu eu que acredita em várias coisas e duvida de várias coisas. Foi o sentimento mais novo em relação às coisas que eu escrevia, como o amor, como essa visão otimista da vida, sabe?

Cada faixa é uma faixa. Eu ainda namorava na época que eu escrevi “De todos os amores”. Ela fala de amor de uma forma muito bonita. Não perdeu o significado mesmo depois do término. “Devagar” é uma música que fala de amor de um jeito particular, diferente de “De todos os amores” que fala de um olhar mais apaixonado.

E é aí que vem a grande virada pra mim: “Eu sou sentimental”, do meu eu artista. Porque ‘De todos os amores” e “O amor descansa na varanda”, singles desse EP, que foram lançados anteriormente, eu retratava nos clipes uma visão muito otimista e perfeita da vida e do amor. E “Eu sou sentimental” é completamente diferente. Eu me inseri em um ambiente caótico, numa equação sem agenda de viagens, que o personagem tem um alter ego perfeito, tudo dá errado para ele. E eu entendo que de alguma maneira eu precisava muito cantar sobre o caos da vida também, sabe, além de cantar as coisas positivas.

Eu acho que vai ser muito interessante para quem está acostumado em ouvir a minha música, ouvirem o Capítulo 1, que falando de sonoridade é bem diferente, falando de mensagem, letra também.

M: Em relação a esse EP, que você acabou de lançar, qual é a palavra que define ele? Qual mensagem você quer entregar para o público sobre o seu trabalho?

BB: Eu passei muito tempo matutando se as pessoas iam gostar ou não. Me limitei muitas vezes dentro de estúdio. Deixei de ouvir pessoas…Vou dar um exemplo prático. A gente produziu “A vida é boa”, que tem 11 faixas, e música que eu mais gosto hoje é “Eu te amo”, por exemplo, e dentro do estúdio foi a música que eu menos gostei quando eu estava produzindo, porque eu falei ‘tem muito eletrônico’ e eu fiquei com receio de arriscar isso, acho estranho. E hoje é a música que eu mais gosto. Se eu tivesse ouvido até um pouco mais, talvez, seria completamente diferente.

Mas enfim, no Capítulo 1, eu me abri muito mais assim, eu me deixei, me lancei a errar ou acertar, sabe? O que vier, virá. Eu produzi junto do Juliano Cortuah o disco. E eu ouvi muito mais, deixei muito mais aberto as opiniões dele, me fizeram muito bem. A gente já estava se conhecendo bem mais. A gente já tinha cultivado uma amizade muito bonita e foi muito divertido gravar. E é o que eu queria passar para as pessoas.

Eu queria que as pessoas ouvissem e ficassem de fato felizes, mesmo que a mensagem da música fale sobre caos, como é em ”Eu sou sentimental”.

É engraçado o processo do Capítulo 1 porque se você for ver nos outros clipes dos singles lançados anteriormente, que é “De todos os amores” e “O amor descansa na varanda”, existe a presença de um manuscrito que é do Capítulo 1, como seu eu estivesse de fato escrevendo um livro. E assim são 5 faixas que estão escritas na capa desse capítulo e uma das faixas não é “Eu sou sentimental”. É “Só não me deixe só”, outra música que era para entrar e eu acordei um dia e falei: Não é essa música. Eu acho que essa música não é para estar nesse EP. E eu queria muito, muito mesmo falar desse lado caótico da vida. Foi onde eu compus “Eu sou sentimental” e acabou entrando no Capítulo 1, mas a mensagem que eu quero passar com esse capítulo é que é apenas um capítulo de uma coisa maior . E  é por isso que chama Capítulo 1.

Pode ser que tenha o capítulo 2, 3, 4, 5, 6… A gente não sabe. Mas eu queria que as pessoas ouvissem e se sentissem felizes por mais clichê que pareça, no cerne da coisa, é exatamente isso que eu queria que elas sentissem.

M: Bryan, seus fãs são apaixonados por cada trabalho que você lança e eu queria que você falasse um pouquinho deles na sua vida, na sua carreira.

BB: Eu já consegui realizar muitas coisas, muitas mesmo da minha vida por conta das pessoas que acompanham o meu trabalho. De mandarem parar artistas que eu admiro e os artistas ficarem conhecendo o meu trabalho, gerar até uma amizade muito bonita e, por conta, de mensagens de 5 pessoas que admiram o meu trabalho que foram lá, mandaram mensagem para as pessoas, as pessoas conheceram o meu trabalho.

Já vi gente que admira o meu trabalho, é até estranho chamar de fã, a gente tem um grupo de fãs no Telegram, e eu falo: ‘Eu acho estranho chamar vocês de fãs, porque eu chamo vocês de amigos’. Porque eles já fizeram tanto por mim. Eu vi gente dali cruzando 4 cidades para me ver tocar debaixo de chuva, sabe? E isso me emociona muito. Acho que é a coisa que mais me deixa nervoso quando eu vou tocar e pensar: Cara, a pessoa está esperando há 1 mês para me ver tocar, sabe?

Ela foi ali, ela comprou ingresso, ela incentivou e ela que me ver tocando. Que para mim as vezes é uma coisa que eu faço todo dia, se torna tão natural, e como é que a pessoa acha tão encantador isso. Até quando a gente vai num show, sabe?

Eu tive que ir num show do Lenine e ver ele tocando a minha música preferida dele e chorar feito criança e ver: ‘cara, as pessoas sentem isso quando eu toco também’. Isso é a coisa que eu mais sinto falta meio a pandemia. E não ver essas pessoas, e não abraçar essas pessoas, e não chamar essas pessoas pelo nome está mais mexendo comigo nesse período.

M: E a galera do Maah Música adora ouvir novidades, adora descobrir novos músicos e tudo. Quem você indicaria pra gente ouvir e o porquê? Para gente conhecer o trabalho de um outro artista, quem seria esse artista e por quê?

BB: Eu indicaria dois artistas. Um é o Flavio Ferrari, que é um artista de Recife que é um grande amigo meu e é um grande compositor. A gente está inclusive fazendo um som camp e escrevendo músicas para o próximo trabalho que a gente quer lançar. E ele está sempre junto comigo compondo.

E o outro artista que eu queria indicar é um duo. Chama Chapéu de Palha, que é de Manaus. Eles são muito talentosos também e vale conferir cada canção

M: Queria que você deixasse um recado para todo mundo que te acompanha, para quem ama o seu trabalho e para quem está te conhecendo agora.

BB: Eu queria que as pessoas fizessem um exercício com Capítulo 1, assim como eu fiz e foi encantador, que é colocar os fones de ouvido e ouvir da primeira até a última faixa com os olhos fechados dentro do quarto. A melhor sensação da música.

Às vezes a gente se esquece disso e não ouve música, não da forma como se deve, não vou usar essa palavra, mas ouve como você falou  não só com o coração, mas deixar a alma dançar junto com a gente, com a música.

E queria agradecer a todo mundo, que dentre tantos milhões de artistas que a gente conhece todo ano… As pessoas se dão o trabalho de ir lá e descobrir um novo artistas, dar play numa música que nunca ouviu, um artista que nunca ouviu falar. Isso tudo é muito encantador. Quero só agradecer a todas as pessoas que estão me ouvindo. E dizer que eu quero muito conhecer a cidade de cada uma delas quando chegar a tão esperada vacina para a gente poder cantar e tocar cada uma dessas músicas e celebrar todo mundo junto.

FIQUEM
LIGADOS QUE EM BREVE TEM MAIS MÚSICA AQUI, HEIN? TE ESPERO! ABRAÇO GRANDE,

@MAAHMUSIC

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