PAPISA lança “Homem Mulher”, uma resposta reflexiva à Kevin Parker (Tame Impala)!

Rita é uma cantora que tem minha alma e coração, ela me surpreende em cada lançamento, é uma alegria fora do comum quando ouço um trabalho dela.

Papisa é o projeto da cantora, compositora, instrumentista e produtora paulista Rita Oliva. Em 2016 ela despontou após o lançamento de seu primeiro EP, homônimo. Com repertório baseado neste projeto e outras canções autorais, Papisa se apresentou em alguns dos principais palcos brasileiros de lá pra cá, como dos festivais Bananada, Picnik e Contato, e também fora do país, participando do prestigiado festival estadunidense SXSW. Em 2019, ela lançou seu primeiro disco cheio, Fenda, com canções autorais que abordam a impermanência do tempo e os ciclos de vida e morte.

Vem comigo que tenho algo especial para vocês!

Em 2015, a neo psicodélica banda australiana Tame Impala, ao lançar seu single “Cause I’m a Man”, gerou repercussões diversas. Se uns se apegaram aos riffs arrastados sob a voz de Kevin Parker, autor da canção, e leram a faixa como uma crítica à masculinidade tóxica, houve quem se incomodasse com a letra e a entendesse como conteúdo machista: Cause I’m a man, woman/ Don’t always think before I do/ Cause I’m a man, woman/ It’s the only answer I’ve got for you.

Para Rita Oliva, idealizadora do projeto musical Papisa, a discussão vai além da dualidade. “Minha análise foi no sentido de desmistificar padrões culturais que nos levam a julgar homens e mulheres de formas diferentes”. Provocada pelo tema, Rita criou, em cima de uma base instrumental composta pelo parceiro da extinta banda “Cabana Café” Rafa Bulleto, letra e melodia de “Homem Mulher”, levantando a pauta feminista de maneira reflexiva. A faixa tem acompanhado a trajetória de Papisa sendo executava ao vivo nos shows da artista, mas nunca havia sido gravada.

Agora, “Homem Mulher” sai como um Lado B do disco “Fenda” (2019), e anuncia a vinda de “Fenda Deluxe” ao lado de outros singles inéditos. O arranjo, em formato power trio, traz uma nuance mais crua e psicodélica para a atmosfera sombria de “Fenda”. E a letra-resposta carrega consigo a ambiguidade que habita cada ser: “Todos nós podemos manifestar nossas masculinidade e feminilidade. O que não precisamos é seguir repetindo comportamentos que nos seccionam e direcionam por gênero”.