Leitores do meu coração, vocês estão preparados (as) para esse faixa a faixa com Bivolt, cantora e compositora revolucionaria e ao mesmo tempo poeta. Leia as músicas dela como poema que você vai entender, porque minha admiração!

A rapper apresenta no seu primeiro álbum da carreira duas frequências sonoras e inova com experiência audiovisual interativa.

Estilo, rimas, alto astral e muita garra formam a persona Bivolt. Cria da comunidade do Boqueirão-SP, Bárbara Bivolt é conhecida por ser uma das poucas mulheres a roubar a cena vencendo diversas batalhas de rap pelas cidades brasileiras. O primeiro álbum de sua carreira, intitulado “Bivolt”, apresenta ao público a dupla voltagem da artista. Composta por duas frequências, a primeira mostra o lado mais pop da cantora, com o estilo lovesong e um toque de R&B. Já o mood 220 revela sua origem vinda das batalhas de rap, a linguagem de rua, com rimas mais intensas e muita dança.

Vem comigo curtir o faixa-a-faixa!

Bivolt faz pocket show em São Paulo | Créditos: Lais Moss/ Divulgação Som Livre

110v – “Se eu conseguisse ficar longe daqui, eu juro, eu tinha ido faz tempo”. A voz dela nessa textura neo-soul em meio ao arranjo com sons da natureza soa como um canto de sereia. A intro do CD é um convite.

Você Já Sabe – Pegue seu bombojaco e sua toca porque faz 10 graus em São Paulo! Me amarrei nessa no primeiro play. O rap e beat com baixo funkeado são rasgadões novamente, bem “no meu tempo era assim que fazia”, mas com a Bivolt entregando aquele favo de mel na hora refrão. Talvez uma das faixas que fica mais evidente a versatilidade da Bivolt, que bate o escanteio e cabeceia. São duas artistas pelo preço de uma. Corra já porque numa época em que gente sem talento nenhum faz barulho, é muito reconfortante ouvir o barulho criado por alguém com múltiplos talentos.

Me Salva – “Sei que aí deve tá melhor que aqui, então me salva”, conversa Bivolt com um extraterrestre. Enquanto narra como as coisas na Terra não estão exatamente ótimas, Bivolt pede ajuda a um ET para que ele a leve por aí. Eu já vi várias encarnações do “Miseducation of Lauryn Hill” no rap nacional e essa é uma das minhas favoritas. A rima criativa, a voz boa que parece vir sem esforço, é um golaço.

Murda Murda – Death Row no prédio é a pegada aqui. Tracie e Tasha chegaram junto da Bivolt em cima desse beat nojeeeeeento de sujo, com caixa espaçada para largar versos brabos – e as minas assassinaram o beat. É música para resolver treta. Som para dar rolê bolado de Opala, gangsta shit até umas horas. Minha faixa favorita.

Cubana – Tiração de onda. “A gata não paga em cheque, paga à vista.” Flow divertido, letra de gastação, em cima dum beat com influência de jazz cubano lá pra cima. Tem cara de single. Se as rádios pop quiserem abraçar, eu sou a favor. Vicia antes do primeiro refrão terminar.

Mary End – Ambientação monstra criada pelo Nave, um dos produtores que sabe trabalhar o violão no rap com muita naturalidade. Bivolt sabe descrever seu dia-a-dia com uma naturalidade. É uma vida normal e dura como a de vários manos e minas pelo Brasil. “Tenho sonhos também, quero realizar”. Com abertura pra sonhar também, por que não? E claro, como o título sugere, o som fala dum ritual muito comum ao brasileiro no fim do dia, longe de ser legalizado num país de políticas atrasadas: o chá de fim do dia.

Tipo Giroflex – Jé Santiago está confortável em todas as situações que entra. Que dupla bem arrumada ele faz com Bivolt. São justamente dois artistas da nova geração que cobrem as duas bases, rimar e cantar, com facilidade. Fiquei com vontade de ouvir essa dupla mais vezes.

Peixinhos – é divertido seguir a Bivolt navegando suave nessa track. Um flow cantado para te acompanhar na beira de piscina. Ou para te enriquecer com esperança nos fones de ouvido no busão lotado. “Energia forte, sem pira” é uma das frases mais sutis e bem sacadas do disco. Gostosa.

Susuave – beat jazzeiro, flow molhado. Muito maneiro como ela coloca as sílabas juntas nos versos, tudo bem coeso e bom de passear junto, ouvindo e curtindo como ela montou com esmero as rimas. Classe.

Sigilo – Rola aqui uma dobradinha dancehall, na verdade. Essa é mais momento monange, para quem tá apaixonado, se apaixonando – ou querendo se apaixonar. Manda essa pro contatinho.

Nome e Sobrenome – Gosto muito da letra dessa, talvez a melhor no disco para vocês conhecerem um pouco da filosofia da Bivolt, do que passa na cabecinha dela. “Uma máquina afiada que te faz carinho” é um belo resumo dessa mulher.

Freestyle – Dancehall lá para cima. Outra possível candidata a single. Para quem for de dança, é hora de dançar. Pra quebrar o quadril e bagunçar o cabelo na noite.

Hipnose – Faixa pra afrontar mesmo. Grave brabo, vale mencionar a meticulosa mixagem de Luiz Café ao longo do disco, um dos melhores no ofício do Brasil. Eu amo o flow da Bivolt nessa de novo. Com a participação de Lucas Boombeat (Quebrada Queer), irmão da Bivolt – que chega chutando a cabeça também na rima -, esse é outro ponto alto do disco.

220v – Antes do bumbo com um grave pesado entrar, Bivolt já está cuspindo rap. “O brilho tá na boca e na alma, então calma / Que as prata e diamante já não vale mais nada”. Sim, você recebeu dois convites pra duas festas diferentes, que rolam no mesmo lugar. Um detalhe curioso: experimenta dar play nas faixas 110v e 220v juntas. Abre duas janelas do seu navegador aí e dá play nelas ao mesmo tempo. Tcha-na! É uma nova faixa! Além de um divertido truque de produção, abre também interpretação para uma noção mais profunda da personagem Bivolt: ela funciona em duas frequências ao mesmo tempo. Como todo mundo, a vida é mais complexa que lá ou cá. É lá e cá toda hora.

VAMOS PARAR DE BLÁ, BLÁ, BLÁ E CURTIR UMA BOA MÚSICA, APERTE O PLAY!


Instagram: @bivolt

 FIQUEM
LIGADOS QUE EM BREVE TEM MAIS MÚSICA AQUI HEIN, TE ESPERO! ABRAÇO GRANDE,

@MAAHMUSIC

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