Olá,
meus queridos leitores.
Tudo
bem por aí?
Hoje
eu tenho mais uma novidade muito bacana para vocês. Recentemente tivemos a
presença da linda e talentosa cantora e compositora Duda Brack  aqui no blog como dica da semana, e é com
muita alegria que anuncio agora uma entrevista exclusiva com ela. Vamos saber
mais sobre curiosidades e sobre seu primeiro álbum recém lançando, o É.
Um trabalho subversivo. Um trabalho que inaugura
um novo universo sonoro e contribui para o desenvolvimento da vertente de
música brasileira autêntica e inovadora. Um trabalho que, por receber
informações de diversos estilos musicais, mixa suas referências e constrói uma
linguagem forte e singular, como aconteceu em movimentos como Bossa Nova,
Tropicália e Mangbeat, e também na obra de compositores brasileiros como Villa
Lobos, Tom Jobim e Lenine.
É, o primeiro álbum da artista Duda Brack, vem
para ampliar a escuta do que está sendo produzido no cenário da nova música
brasileira, consolidando a cena contemporânea, expandindo o diálogo cultural
nacional e internacional.Em É Duda Brack mergulha de cabeça na recriação da
criação alheia. Recompõe canções inéditas de compositores contemporâneos,
propondo um resgate à figura do intérprete – que já foi tão explorada na
construção da nossa história musical, deixando tantos legados (como a obra de
Elis Regina, Cássia Eller, Ney Matogrosso e Gal Costa), e que hoje está
oprimida pela figura do “cantautor”.Com produção musical de Bruno Giorgi
(Lenine, Cícero, Baleia), o disco sustenta a tradição da canção, mas subverte o
modo como esta é explorada através dos arranjos assinados pela cantora e sua
banda – Gabriel Ventura (Cícero / Ventre) na guitarra, Barbosa (Posada e o Clã
/ SLVR) na bateria e Yuri Pimentel (Rua / João Cavalcanti) no baixo.
 

Confira agora entrevista com Duda Brack! 

. Felicidade em recebê-la aqui no blog Duda Brack. Como foi seu
primeiro contato com a música?
A música sempre
me moveu inconscientemente, apesar de eu nunca ter tido uma relação estreita
com ela até tomar consciência desse fato. Não sei quando e nem como foi meu
primeiro contato com a ela. Só sei que, por volta dos meus quinze ano, comecei a
perceber a força que a música exercia na minha existência, e aí foi que fui
atrás de desvendar esse encantamento.
. Quando pensou em ser cantora profissional?
A medida que fui
sendo devorada pela música, tornou-se inevitável devotar minha existência a
ela. O que era um sonho de repente já era realidade, sabe? Isso é um fato
concretizado em mim – na alma, na voz. E ninguém mais me tira isso. O
“profissional” é que é muito relativo… No que tange a remuneração pelo meu
trabalho: já ganho uns trocados quando em vez…
.Qual música representa você musicalmente falando?
A escolha de
gravar uma canção é meio como tatuagem pra mim, sabe? A vontade de eternizar na
alma, através da voz, algo que me é absolutamente significativo… Todas as
canções que gravei nesse disco, e o disco em si, representam muito esse meu
momento.
. Vamos falar sobre seu primeiro disco “É”. Como foi a escolha do
nome do disco?
A ideia de chamar o disco de “É” surgiu a
partir de algumas ideias irresolutas, que acabaram me apontando pra essa
direção. Eu queria um título curto, sintético, conciso, direto, e forte. Não
queria nada que fosse carregado de um significado fechado. E eu tenho uma frase
tatuada no meu braço, que tem sido meu mantra nessa caminhada louca de
vida-arte, que diz “o abismo é.”. Eu sabia que o título estava ligado a ela,
mas não achava que era exatamente isso… Eu achava que a ideia de abismo
deveria estar presente de forma abstrata, e não direta e caracterizada.
Refletindo sobre, me peguei pensando: mas então o que é o disco? O disco é… o
disco É. “É”. Acho que foi Deus que me soprou no ouvido esse título… Pra mim,
chamar o meu primeiro disco de “É” é bem simbólico. É tem a ver com estar
sendo, no presente, sem pretender ser nada. Tem a ver com a verdade do momento,
com a visceralidade toda que está presente neste disco, com a atitude corajosa
dele. E, ao mesmo tempo, abre espaço pro subjetivo: pra cada pessoa que ouvir,
“É” vai ser uma coisa diferente (e essa é a grande beleza e interessância da
coisa toda na arte para mim). Sabe? É verbo. Não é adjetivo e nem adjetivado.
Sei lá. Minha ideia foi que, optando por esse título, eu não estaria
relacionando ele a nada, e, assim, eu manteria a hibridagem que persegui na
construção dele.
. Como foi o surgimento do primeiro disco?
Lá por maio de
2013 (eu já tinha 80% do repertório do que viria a ser “É”, já pensava sobre um
primeiro registro fonográfico autoral e já tinha uma ideia sobre conceito e
sonoridade deste trabalho) pintou um convite pra fazer um show, e eu não tinha
banda aqui no Rio. Liguei pro João Cavalcanti, que me indicou os meninos (Yuri
Pimentel: baixo / Gabriel Ventura: guitarra / Barbosa: bateria). Foi aí que a
coisa toda começou a começar. Durante uns 8 meses a gente se encontrava na casa
do Yuri pra tocar junto, tomar chá e criar os arranjos para as músicas. E, no
fim, o show nunca saiu, mas a gente gostou tanto de tocar junto que continuou
desenvolvendo esse trabalho juntos. Quando pensamos ter algo sólido e coeso em
mãos, chamamos Bruno Giorgi para produzir, gravar, mixar e masterizar. E foi
isso que fizemos durante o ano de 2014.
. Você além de cantora é compositora também, mas nesse seu primeiro
disco não entrou nenhuma das suas composições. Por quê?

Na verdade verdadeirissimamente
verdadeira: não me considero compositora. Compor é algo que às vezes me
acontece, desprevinida e intuitivamente. Não é algo que eu persigo, e nem que
me seja inerente. Minha transa mesmo é interpretar; recriar a criação alheia;
impor o meu ponto de vista sobre as coisas… Das duas músicas que fiz – e que
realmente considero – não gravei nenhuma porque acho que nenhuma delas me
representa (ainda que eu tenha carinho por elas).
. Como foi a escolha de repertório do seu primeiro disco?
Não houve um
processo de seleção de repertório para o disco. Todas as canções que estão
presentes nele são músicas que eu venho recolhendo e cantando ao longo desses
três anos (desde que mudei para o Rio). Portanto, foi natural e orgânico elas
estarem presentes no disco. Todas elas falam muito sobre mim, e sobre esse meu
momento. Cantá-las é uma espécie de “desafogamento” pra mim. É um modo de
reagir à tudo que me atravessou nesses últimos tempos. Percebi que, de fato,
elas construíam um álbum, fazendo o disco. Sabe? Em alguma medida, acho que o
elemento que as unifica é os meninos (da banda) + eu. Originalmente elas são
muito “dessemelhantes”; são diversos universos dialogando aqui…
. Apesar de já ter feitos outros trabalhos, até mesmo com parcerias
com outros artistas. Como você definir o seu primeiro disco?
Treino é treino e
jogo é jogo, né? Rs. Acho que tudo que fiz até aqui foram auto-experimentações.
“Because Ousa” (que é a canção que eu mais cantei na vida, rodando em vários
festivais pelo Brasil todo) me representou integralmente naquela fase em que eu
estava cantando ela adoidado por aí. Entretanto, esse disco é o primeiro
fragmento que eterniza minha passagem nessa existência por inteiro – com
profundidade, coesão, inteiritude, plenitude. Sabe? Tudo ali sou eu: das
canções à capa; dos arranjos à fonte do encarte e ao projeto gráfico do disco.
Escolhi e dirigi tudo que diz respeito a esse trabalho, e acho que fui bem
sucedida no que me propus a fazer: imprimir nele a minha personalidade.
. Qual a canção do seu novo álbum que mais ter representa?
Todas. Cada uma é
uma parte de mim…
. Você era de Porto Alegre e se mudou para Rio de Janeiro. Por que
essa mudança? Qual a diferença entre os dois cenários musical?
Quando ainda
morava em Porto Alegre, eu vinha frequentemente ao Rio (sempre tive família
aqui), e, por conta disso, comecei a conhecer uma galera daqui que estava
fazendo música e fui me envolvendo, criando laços por aqui. Comecei a ter
contato com mais gente da minha geração que tinha uma mesma busca que a minha.
Além disso, o Rio – assim como São Paulo – ainda oferece mais oportunidades. E
eu fui percebendo isso. Até que me deu a louca e decidi que viria pra cá de
qualquer jeito. Passei na UNIRIO para cursar licenciatura em música, e foi a
desculpa que faltava. Eu sei que Porto Alegre tem uma cena autoral massa, mas
não tive tanto contato com isso no tempo em que morava lá (ironicamente, vim a
ter mais depois de estar morando aqui). No período em que fiz música por lá eu
ainda estava me experimentando. Não tinha um trabalho autoral. Só cantava em
bares e grupos vocais. Portanto, não me sinto muito no direito de estabelecer
essa comparação entre as duas cidades, porque a verdade é que vivi coisas
diferentes nas duas. 


Você é uma cantora que na minha opinião, quando cantar
passa muita emoção através da música
.Qual canção te deixa mais emocionada na hora de cantar?
Vou ser
repetitiva, mas não tem como não ser: todas. Cada uma me emociona de um jeito
diferente. E, além disso, essa coisa de show, de cantar ao vivo… cara, cada
dia é um dia. É o momento, saca? E aí tudo é absolutamente interferido por
tudo. Todas as coisas que acontecem respingam no canto.
. O que atualmente você tem escutado? O que você acha dos novos
talentos da música brasileira que vem se destacando?

Tem muita coisa
linda, né? Acho que tem uma galera nova fazendo algo já muito maduro e
especial, cheio de personalidade. Admiro e me alimento disso. Pra citar alguns:
Rua, Caio Prado, Posada e o clã, Cesar Lacerda, Ventre, Phill Veras, Baleia,
Dio&Bacco.
. Quais suas principais influências?
Fiona Apple,
Caetano, Radiohead, Gal 70, Pink Floyd, Ney Matogrosso, Dead Weather, Ana
Cañas, Led…
. Você acaba de lançar seu disco de estreia. Você tem recebido
muitas mensagens positivas sobre esse novo trabalho? E como você lida com as
críticas positivas e negativas?
Sim!
Surpreendentemente! Minha expectativa era bem menor em relação a aceitação
desse trabalho… Cada critica positiva é bem-vinda, e, claro, é um estímulo.
Mas a verdade é que construí este disco levando em consideração apenas o que eu
acreditava artisticamente. Logo, me propus a defendê-lo com unhas e dentes,
independentemente da aceitação dos outros. Eu penso que o mais importante de
tudo é ter tesão. É tudo tão efêmero… Pra mim o que conta (e o que me parece
ser perene) é saber que eu fiz esse trabalho com todo meu amor, minha fé e
minha entrega, e que ainda, de quebra, eu me amarro em ouvi-lo no meu carro –
com um distanciamento esquisito… Como se não fosse meu… E, ao mesmo tempo,
me identificando com tudo ali.
. O seu novo trabalho o publico está tendo total aceitação. O que
você acredita em tão boa aceitação do público?
Ah, não sei. Eu
acredito que as pessoas se conectam com a verdade! Me parece que elas se
conectam com verdade, com amor, com tesão, com coragem, com alma, antes de
qualquer estereótipo de linguagem musical. Esse disco é um disco “fora da
caixa”, e se propõe às subversões e às ambiguidades (de agradar em agredir e de
agredir em agradar). Acho que a mensagem que chega primeiro é dessa força
espiritual e emocional que amalgama esse disco.
.
Entrevista quase no final. Quais as próximas novidades, lançamento e agenda de
show?
04.08 em SP !!!
.
Qual mensagem você deixa para os fãs e leitores do blog?

“Tudo que move é sagrado, e remove as montanhas
com todo cuidado”. 

Vamos parar de lero-lero e
curtir o som da cantora? Dá o play pra Duda Brack!!, 

Gostaram?
O que vocês acharam da entrevista? Deixe seus comentários.

Eu
quero deixar meu agradecimento especial pela oportunidade de estar fazendo essa
entrevista: obrigada Duda! Lembrando que a cantora fará um show de lançamento
aqui em São Paulo, compre seu ingresso aqui: http://www.tomjazz.com.br/item.asp?idEvento=131

Eu
sei que o pessoal do meu blog gosta de música, então eu vou deixar uma dica
para vocês que querem saber mais sobre a cantora: acessem:


Amanhã tem mais
novidades aqui. Beijo queridos leitores do Maah Music.
@maahmusic

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